Como um grande player global de petróleo e gás e uma das maiores companhias do Brasil, a Petrobras reconhece que os desafios para aumentar sua segurança operacional e sua geração de valor dependem, cada vez mais, do avanço da tecnologia. Nesse universo de mudanças aceleradas, que impacta diretamente e indiretamente a vida de todos os brasileiros, a empresa inseriu em seu Plano de Negócios e Gestão 2018-2022 a transformação digital como uma iniciativa estratégica.
Cerca de 10% dos projetos da carteira tecnológica do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) já contemplam elementos de transformação digital, para gerar valor às áreas de negócio. E a intenção da empresa é aumentar essa participação no próximo ciclo de revisão da carteira tecnológica.
Um exemplo de como a companhia busca utilizar tecnologias inovadoras está na parceria com a PUC-Rio em um projeto piloto para aplicação da ferramenta de blockchain (cadeia de dados) em processos de assinatura de termos de cooperação com instituições de ciência e tecnologia. O objetivo do projeto é agilizar processos, simplificando a forma como são assinados e executados esses termos e, com isso, aumentar sua confiabilidade.
A empresa também está envolvida no projeto PWDA – Pressure While Drilling Analisis –, uma plataforma de visualização de dados em tempo real, desenvolvida para suportar a atividade de perfuração de poços de petróleo e gás natural e que pode ser aplicada em outras áreas. A partir de dados obtidos por sensores instalados nas sondas, a PWDA faz o monitoramento de pressões durante a perfuração de poços de petróleo. Um algoritmo recebe esses dados e os interpreta (machine learning), fazendo alertas de possíveis problemas operacionais e assim evitando perdas de desempenho na cimentação de poços.
Desde meados de 2014, a Petrobras acompanha os resultados gerados por essa inteligência artificial (IA). Com o uso da plataforma PWDA, já foram evitadas perdas da ordem de quase US$ 100 milhões.
De ferramentas simples às mais complexas
A empresa investe em aplicações mais simples, como o uso de drones em inspeções industriais, até no desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial para a busca e o aproveitamento eficiente de dados não-estruturados.
O gerente geral de Transformação Digital da Petrobras, Augusto Borella, reforça que a digitalização pode ser adotada em todos os setores da empresa. No entanto, a velocidade e a facilidade com que a transformação ocorre é diferente em cada área.
“Existem ambientes que exigem forte disciplina e controle, a fim de garantir a segurança operacional. Neles é preciso saber inovar de forma controlada e com garantia de segurança e continuidade operacional. A área de Transformação Digital da Petrobras está apoiando as demais áreas para que consigam responder localmente aos seus desafios, de acordo com suas necessidades particulares. Assim, será possível obter processos com maiores níveis de confiabilidade e transparência. Adicionalmente, pretendemos ampliar a cultura de inovação na companhia.”
*Essa matéria foi produzida durante a Rio Oil & Gas 2018