O avanço da tecnologia digital vem ganhando espaço numa velocidade cada vez maior na indústria como um todo. Nos últimos anos, o setor de óleo e gás vem buscando alcançar os demais segmentos de mercado que largaram na frente na adoção dessas ferramentas, como o de consumo e serviços. Companhias de exploração e produção de petróleo (E&P) e fornecedores de bens e serviços estão investindo pesado no que há de mais moderno no mundo digital e aplicando esses novos recursos nas suas atividades onshore e offshore.
Especialistas em tecnologia e os principais players da indústria de petróleo e gás natural no Brasil e no mundo são unânimes em apontar a aplicação de inteligência artificial e a ciência de dados como um caminho sem volta e que precisa ser acelerado. Em pouquíssimo tempo, comprovou-se que a utilização de big data e analytics, internet das coisas (IoT), computação em nuvem e cibersegurança podem potencializar os negócios da cadeia produtiva de óleo e gás em uma escala sem precedentes.
Há inúmeras frentes que podem ser exploradas, e a chave para ter bons resultados é identificar portfólios e projetos nos quais a transformação digital pode agregar mais valor aos ativos. Para permitir que as tecnologias digitais tragam resultados reais, é necessário promover também uma profunda mudança organizacional, com profissionais alinhados aos novos conceitos que serão usados e com as competências exigidas para trabalhar no mindset digital.
Qualificação digital ainda preocupa o setor de óleo e gás
A expansão da tecnologia digital no setor de óleo e gás revela-se ao mesmo tempo uma oportunidade de ganho e desenvolvimento e uma preocupação – neste segundo caso, em relação à mão-de-obra. Afinal, o ativo humano é a base do processo de transformação. São as pessoas as responsáveis por tocar os projetos e ferramentas digitais e, hoje, no setor, ainda são poucos os profissionais com as habilidades necessárias para lidar com as inúmeras tecnologias que já são empregadas a cada dia e aquelas que se tornarão cotidianas nessas empresas.
O mercado de trabalho exige profissionais capacitados em conhecimentos ainda pouco disseminados. E há um certo consenso de que esse vácuo humano impactará players, fornecedores e instituições de ensino. Neste sentido, as empresas buscam investir no treinamento dos seus profissionais, bem como atrair novos talentos que estão fora do mercado de óleo e gás mas que podem contribuir para o desenvolvimento da cadeia produtiva. O movimento, no entanto, ainda é tímido.
Contudo, oportunidades para o profissional 4.0 não faltarão. Com a correta qualificação, haverá espaço para todos.
*Essa matéria foi produzida durante a Rio Oil & Gas 2018