A revolução digital é um caminho sem volta. A cada momento, surgem mais e mais soluções tecnológicas, algumas delas inimagináveis há pouquíssimo tempo. Por um lado, esse avanço vem facilitando nosso dia a dia e trazendo mais qualidade de vida. Por outro, a velocidade das novidades traz certa ansiedade, sobretudo no mundo do trabalho. Afinal, como garantir um bom futuro profissional se as inovações vêm substituindo o papel do homem em variadas atividades?
No setor de óleo e gás, no qual a tecnologia de ponta sempre foi palavra de ordem, as exigências profissionais até pouco tempo envolviam alta especialização, conhecimentos específicos em uma área e entender tudo sobre petróleo. Seja para quem domina os fundamentos em engenharia de petróleo ou para quem quer atuar como técnico de petróleo, hoje, porém, é preciso ir adiante. Mais do que nunca, terá lugar garantido quem “pensar fora da caixa”.
“As empresas de petróleo reduziram muito seu tamanho, por causa da redução de margens. Por isso, a indústria tem valorizado cada vez mais o profissional multitarefas. Uma pessoa que seja extremamente técnica e tenha visão de gerenciamento de custos vai se destacar”, aponta Karim Warrak, vice-presidente e sócio consultor do Fesa Group.
Se o cenário mais visível da revolução digital é a mudança das ferramentas de trabalho, por trás dela há pessoas. Alberto Roitman, sócio e diretor de Criação da consultoria Nexialistas, acredita que a mesma velocidade de inovação que deixa profissionais ansiosos é a chave para que as pessoas continuem sendo o valor mais importante.
“A quarta revolução industrial não é tecnológica, e sim sociológica. As pessoas estão por trás da tecnologia. Dominar a tecnologia sempre vai ser um trabalho inacabado. E isso serve também para dominar a nossa angústia. Pode não parecer, mas isso é bom. Enquanto os projetos forem inacabados, enquanto sempre se puder avançar para uma nova solução, as pessoas vão ser mais importantes que as ferramentas.”
A reinvenção do setor de óleo e gás natural no Brasil
A ansiedade da era digital não é exclusividade dos indivíduos. O próprio setor de óleo e gás natural no Brasil vive o desafio de se adaptar a essa nova cultura que revoluciona também as formas de trabalhar. Empresas com décadas de história precisam se reinventar para combinar sua experiência acumulada com os novos modelos profissionais.
“Na indústria de óleo e gás há profissionais bastante experientes, com práticas cristalizadas, e novos profissionais, com outras práticas. O desafio é combinar esse mix. Manter o valor tradicional da marca sem perder o ‘bonde’ do futuro. O mercado é cada vez mais tecnológico e menos tradicional, com uma composição interdisciplinar”, afirma Raphael Falcão, diretor da consultoria de recrutamento Hays Experts.
E práticas novas exigem novos ambientes de trabalho. Na era digital, os espaços de convivência entre profissionais têm de ser estruturados para atrair as pessoas e facilitar a tomada de decisões. “Os espaços têm de ser pensados para que as conexões aconteçam. Em espaços mais abertos os fluxos de pessoas e de informações acontecem com mais facilidade”, diz João Arthur Paes, diretor de Comunidade da WeWork.
* Essa matéria foi produzida durante a Rio Oil & Gas 2018