Além da Superfície

Conheça o setor de óleo e gás natural em números

O setor de óleo e gás natural é a base da matriz energética brasileira e responsável por 17% do PIB industrial em 2021. Em 2022, o petróleo e o gás natural representaram 47% da oferta interna de energia primária (OIEP) no Brasil, sendo 36% desse montante apenas petróleo. Em recente relatório, o IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás – abordou a relevância do setor para a economia brasileira. Veja a seguir os principais pontos.

Upstream

A abertura do mercado upstream impactou positivamente o setor. Segundo o relatório do IBP, feito a partir de dados disponíveis no mercado, houve uma expansão da infraestrutura offshore, ampliação da produção de petróleo, diversificação dos players, redução de risco, elevação das reservas e geração de empregos e renda.

Para se ter uma ideia dos avanços, em 1997, quando foi instituída a lei possibilitando a abertura do mercado, o Brasil produzia menos de 1 milhão de barris por dia. Hoje a produção alcança cerca de 3,4 milhões de barris diários.

Atualmente, o país é o 9º maior produtor mundial de petróleo. Entre as maiores economias consumidoras de petróleo e exportadoras de petróleo e derivados do mundo, o Brasil está em 8º lugar. A América Latina respondeu por 41% das descobertas globais de petróleo entre 2020 e julho de 2022. Dessa parcela, 39% foram no Brasil.

No período 2022-2031, serão investidos US$ 183 bilhões somente na atividade de exploração e produção, de acordo com a previsão do IBP. Em menos de 10 anos, devemos ter 47% a mais de trabalhadores na indústria de óleo e gás natural.

Gás Natural

Com a abertura do mercado de gás natural, o Brasil criou um ambiente competitivo, com um grande número de agentes tanto na oferta como na demanda. Segundo relatório do IBP citando como fonte a EPE – Empresa de Pesquisa Energética – o Brasil deve passar de 51 milhões de metros cúbicos de produção doméstica em 2021, para 136 milhões metros cúbicos em 2031. Mas para isso, será preciso antes avançar nas regulações estaduais e adequar a tributação, temas indispensáveis para a atração de investimentos no setor de gás natural.

Downstream

Estimativa feita pelo IBP, com dados do IBGE, mostra que a cada R$ 1 investido em infraestrutura logística no downstream é possível gerar um impacto total de R$ 3,82 no PIB. A quantidade acumulada de postos de trabalho que serão gerados nos próximos 10 anos deve ficar em torno de 3,7 milhões. De 2022 a 2031, deve ter um aumento de mais de 284% em vagas (diretas ou indiretas) no segmento.

Transição energética

A transição energética está abrindo um novo capítulo na história da indústria de óleo e gás. O investimento em renováveis já é uma realidade e as grandes companhias de petróleo buscam a diversificação com projetos em energia solar, eólica, hidrogênio verde e biocombustíveis. Em seu relatório sobre carbono zero, a Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), calcula que quase 90% da geração global de eletricidade em 2050 virá de fontes renováveis. No Brasil, as fontes de energia renováveis já correspondem a 47,4% da matriz energética, segundo a resenha energética brasileira 2023, do MME (Ministério de Minas e Energia).

A difusão de fontes renováveis ​​em ambientes offshore, como a energia eólica, também é um aspecto tecnológico promissor. Por sua expertise no ambiente offshore, as petroleiras instaladas no país poderão contribuir para o desenvolvimento e aprimoramento dessa tecnologia. A extensão do litoral brasileiro confere vantagens competitivas ao país, porém, ainda é necessário um marco regulatório. Em abril de 2022, mais de 130 GW em projetos de geração eólica offshore estavam em processo de licenciamento ambiental no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA).

O hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis, também é uma das grandes apostas para o futuro do setor energético. E o Brasil tem um grande potencial exportador, já que estudos indicam que o preço do hidrogênio verde no país em 2030 poderá ser um dos mais competitivos do mundo. Nos próximos 20 anos, estimativas indicam que o mercado de hidrogênio verde movimentará US$ 200 bilhões só no Brasil.