Podcast: o impacto da agenda ESG na indústria de óleo e gás

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Ano marcado pela pandemia da Covid-19, 2020 também foi o período em que as questões ambientais, sociais e de governança ganharam mais relevância no debate público, impulsionadas em parte pela própria pandemia. Esse movimento pode ser resumido no termo ESG. Em inglês, essas três letras (Environment, Social and Governance) reúnem as práticas ambientais, sociais e de governança do mundo corporativo.

Para discutir como a indústria de energia está tratando esse tema, esta edição do podcast do Além da Superfície convidou Cristina Pinho, diretora-executiva corporativa do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), e Sonia Consiglio Favaretto, presidente do Conselho Consultivo da Global Reporting Initiative (GRI) Brasil. A GRI é uma organização que ajuda empresas, governos e instituições a compreender e comunicar o impacto dos negócios em questões de sustentabilidade.

Nesse bate-papo, Cristina e Sonia discutiram como as empresas estão enfrentando esse novo cenário, a necessidade de mudança na cultura organizacional para implantação da agenda ESG nas companhias, o papel da transformação digital nesse processo e qual indústria de óleo e gás está emergindo no Brasil e no mundo.

“Passamos da fase do ‘porquê’ olhar para as questões de sustentabilidade’ e estamos no momento de ‘como’, como implementar, mensurar e comprovar resultados”, diz Favaretto. Para Cristina Pinho, a indústria de óleo e gás está se adaptando para atender a essa demanda da sociedade. “As companhias tem se posicionado claramente neste tema, apresentando suas metas de redução de emissão de carbono para 2030 e 2050, e uma miríada de atividades, processos e tecnologias associados a estas metas”, afirma. Entre as ações estão a captura e o sequestro de carbono e o hidrogênio verde.

Na conversa com o Além da Superfície, Sonia citou quatro atributos necessários para um líder sustentável. São eles: 1) pensamento multinível, ou seja, entender que é preciso ter uma postura abrangente; 2) incluir stakeholders no processo de transformação, considerando os parceiros na tomada de decisão estratégica; 3) pensamento de longo prazo: estabelecer metas ambiciosas e ações para atingi-las; e 4) inovação disruptiva. Para Pinho, é muito importante o papel e a participação do conselho de administração na implementação da agenda ESG.

Cristina e Sonia concordaram sobre a importância da transformação digital neste novo contexto. “Não podemos ter soluções do século 20 para desafios do século 21. Estamos falando de uma agenda de futuro que já é presente”, afirmou Favaretto. “A transformação digita vai trazer resiliência para as empresas”, disse Pinho.

E qual indústria está emergindo deste cenário? “Uma indústria mais madura, com CEOs mais conscientes do papel das companhias na sociedade. Se a empresa não tiver um propósito maior para demonstrar à sociedade, ela vai ter muita dificuldade de tratar estratégias, metas e produtos”, concluiu Pinho.

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