A produção nacional de petróleo deve seguir em trajetória ascendente contínua, alcançando 4,2 milhões de barris por dia em 2028, um crescimento de 16,6% em relação aos 3,7 previstos para 2025. Esse avanço será sustentado por investimentos robustos: US$ 21,3 bilhões entre 2025 e 2026.
Essas são as projeções Outlook IBP 2025-2029, documento inédito lançado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). A publicação inaugura uma referência anual para o setor, oferecendo estimativas sobre produção, investimentos e arrecadação, além de apontar tendências e desafios para os próximos cinco anos.
O segmento de exploração e produção de petróleo e gás natural, conhecido como upstream, segue como um dos pilares estratégicos da economia brasileira. Em 2024, o Brasil consolidou-se como 8º maior produtor mundial de petróleo, com uma média de 3,4 milhões de barris por dia, sendo 78,5% provenientes do pré-sal. Esse desempenho reafirma a relevância do país no cenário global de suprimento energético.
Apesar da estabilidade na produção total no ano passado, alguns campos apresentaram crescimento expressivo. Mero, por exemplo, registrou alta de 47%, enquanto Itapu avançou 62%. O pré-sal continua sendo o grande protagonista, não apenas pelo volume, mas também pela eficiência: suas operações, com destaque para os campos de Tupi e Búzios, emitem cerca de 10 kg de CO₂ por barril, metade da média global e menos que a média nacional, em torno de 17 kgCO2 /boe.
No comércio exterior, o petróleo assumiu pela primeira vez, em 2024, a posição de principal produto exportado pelo Brasil. Foram 637 milhões de barris enviados ao mercado internacional, gerando aproximadamente US$ 45 bilhões em receitas e consolidando um superávit líquido de US$ 36,3 bilhões.
Para além das bacias consolidadas, o Brasil aposta na Margem Equatorial como a próxima fronteira de exploração. Com potencial estimado pela ANP em 30 bilhões de barris de óleo equivalente, a região pode adicionar 1,1 milhão de barris por dia à oferta nacional a partir de 2029. A Petrobras já anunciou planos para investir US$ 3 bilhões na perfuração de 15 novos poços nos próximos cinco anos, reforçando a estratégia de reposição de reservas diante do declínio natural em áreas tradicionais.
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