Nas comemorações do Dia Internacional da Mulher, o Além da Superfície reuniu os dados mais atuais sobre a participação da mulher na indústria de óleo e gás. Os resultados apontam duas conclusões: 1) a presença das mulheres neste setor ainda pode crescer e muito, principalmente em cargos de chefia; e 2) o esforço por implementar nas empresas a diversidade nos níveis executivos e de conselho afeta positivamente os resultados financeiros das companhias.
Em 2019, a McKinsey analisou dados de 250 companhias do setor e concluiu que as empresa com uma parcela significativa de líderes femininas têm desempenho melhor que suas concorrentes.
“Coisas que trazem valor são apoiadas pelos gestores. E diversidade traz valor. É o conjunto de vários talentos, características e estilos de liderança diferentes que podem levar a empresa a um sucesso maior”, afirma Ana Zambelli, membro do Conselho de Administração da Petrobras. Ela defende a necessidade de que seja formada uma geração de mulheres líderes que possam fazer diferença na indústria. “Essa geração vai treinar uma população mais diversa para que mais mulheres tenham oportunidade de assumir cargos de liderança nessa indústria; e também de criar um networking robusto para as próprias mulheres”, explica Zambelli.
O levantamento feito pela McKinsey também mostra a necessidade de ampliar a presença das mulheres na indústria de O&G, principalmente em cargos de chefia. Metade das companhias analisadas não tem mulheres na alta gerência; outro terço tem apenas uma em postos de comando. Hoje, a força de trabalho feminina na indústria de O&G, em todo o mundo, é de 15%.
Este é uma deficiência que atravessa toda a cadeia, desde a graduação. Em cursos relevantes para o setor, como engenharia mecânica e a de petróleo, a participação das mulheres entre os alunos graduados é baixa, 13,9% e 17,1%, respectivamente.
Este número tem reflexo no mercado de trabalho. Ainda segundo a McKinsey, apenas um terço dos funcionários iniciantes no setor de O&G são mulheres, em comparação com 41% em outros setores de indústrias de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, e 48% no setor corporativo como um todo.
Saiba aqui os desafios da transformação digital na indústria de óleo e gás.