Inspeções remotas: mais confiabilidade no monitoramento offshore

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ATUALIZADO EM outubro 2019

Operar unidades de exploração e produção de petróleo e gás (E&P) offshore, em muitos casos a cerca de 200 quilômetros de distância da costa, é uma tarefa bastante complexa. Neste ambiente de situações das mais adversas, como ventos fortes, ondas altas e grande exposição a intempéries climáticas, realizar inspeções nas instalações é ainda mais difícil.

Contudo, com o avanço dos últimos anos, o cuidado com a segurança das instalações offshore e das pessoas que trabalham nelas vem se intensificando. Já estão disponíveis no mercado tecnologias como drones com câmera de alta definição e leitura termográfica, que permitem monitorar o comportamento de instalações de difícil acesso, como o flare – um importante sistema de segurança no qual se queima e regula a pressão de parcela da produção do gás naturalque não é reaproveitada nos ciclos de funcionamento da plataforma.

Além da geração de imagens

O uso de drones permite alcançar locais remotos de maneira muito mais rápida e segura. Esses equipamentos reduzem a exposição ao risco humano e ainda diminuem o tempo da inspeção e, consequentemente, seus custos. Além de usados em lugares abertos, os drones atuam em locais confinados, como tanques de carga de FPSOs, que possuem grandes dimensões. A inspeção feita por pessoas nesses espaços leva mais tempo para ser concluída.

A Chevron utiliza drones em espaços confinados nas inspeções de instalações no Brasil. Com isso, conseguiu reduzir o número de pessoas envolvidas, de oito a dez profissionais, para apenas o piloto do drone e o técnico especializado no serviço. Essas ações são cada vez mais comuns e integram o conceito de inspeção não intrusiva, que tem como vantagem a não parada do equipamento, como, por exemplo, uma tubulação de gás.

Esse avanço, que já vem se consolidando no trabalho de inspeções, caminha para ir além da captação de imagens em alta definição. As empresas do setor de óleo e gás já trabalham com a intenção de não apenas obter imagem, mas também ter a possibilidade de fazer medições de espessura das estruturas, aliando ao drone softwares capazes de processar imagens e calcular como determinado objeto é formado e caracterizado.

Sensores para previsão de falhas

Outro avanço da tecnologia que já oferece confiabilidade à indústria é o monitoramento de estruturas de risers flexíveis. São equipamentos que, por meio de sensores, observam o comportamento das linhas, enviam dados para a análise do técnico de operação e não apenas observam o funcionamento, mas também conseguem prever possíveis falhas.

Chegar a esse estado-da-arte da operação somente é possível com a aplicação de tecnologias digitais. Com elas, processam-se os dados analisados e simulam-se diversos cenários. Isso oferece aos engenheiros uma foto mais precisa de como está a integridade dos equipamentos e como ela poderá ser comprometida caso manutenções não sejam realizadas ou haja operação incorreta.

* Essa matéria foi produzida durante a Rio Oil & Gas 2018