Setor de óleo e gás expressa otimismo diante de ascensão de carros elétricos

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Carros elétricos já são uma realidade crescente: a frota mundial de veículos do tipo chegou a 3,2 milhões de unidades no início de 2018, o que mostra um aumento de mais de 50% em relação ao ano anterior. Mas, à primeira vista, o que pode sugerir um abalo na indústria de óleo e gás, na verdade, tem sido motivo de otimismo para empresas do ramo.

Segundo o Sky Scenario, estudo realizado pela Shell e divulgado em agosto deste ano, a perspectiva é de crescimento nas vendas de carros elétricos. O levantamento aponta que, em 2030, esse será o principal modelo de veículo no mercado. A projeção indica ainda que cerca de 60% dos quilômetros rodados pelos carros serão percorridos com energia elétrica até 2080, o dobro previsto para 2020.

Aparentemente alarmante para o setor de óleo e gás, o cenário na verdade é de oportunidade. Para a Shell, por exemplo, a transição energética é algo bom para o Brasil. Em primeiro lugar, a companhia afirma que serão necessárias todas as fontes para equilibrar oferta e demanda. A transição energética se coloca, portanto, como um caminho para que empresas de óleo e gás se debrucem em pesquisas para investir em novas fontes de energia.

Demanda por petróleo deve crescer

Há representantes que defendem um ponto de vista ainda mais confortável para o setor. Em entrevista à Associated France Press em 2017, o diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, afirmou que a ascensão dos carros elétricos não significa necessariamente o fim da demanda de petróleo. Para ele, o combustível ainda será usado em navios, aviões e caminhões.

Países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) também estimam que a commodity continuará relevante no mercado internacional nos próximos anos. O relatório anual da entidade aponta que o consumo de petróleo deve saltar de 100 milhões de barris por dia, quantia obtida atualmente, para 112 milhões em 2040. A demanda por energia renovável também deve crescer até o mesmo ano, porém, estará em apenas 20% do consumo geral.