Margem Equatorial pode ser nova fronteira do setor de óleo e gás

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ATUALIZADO EM abril 2023

O setor de óleo e gás pretende investir US$ 180 bilhões e gerar 500 mil novos empregos no Brasil nos próximos dez anos. Com isso, a produção de petróleo deve alcançar os 5 milhões de barris/dia, já em 2030. Mas para que esse salto para o futuro possa ser dado, também é preciso buscar novas fronteiras. Uma das mais importantes é a área que se estende do litoral do Amapá, na Região Norte, até o Rio Grande do Norte, na Região Nordeste, conhecida como “Margem Equatorial”.

O tema esteve em debate no seminário “Futuro e oportunidades do setor de óleo e gás no Brasil”, realizado pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), em parceria com o Poder360, em Brasília (DF).

“Apesar dos números expressivos que a indústria de óleo e gás possui hoje, temos desafios estruturais para que esse ritmo seja mantido e possamos alcançar nossos objetivos na próxima década. Um deles é iniciar atividades em novas fronteiras de produção como a Margem Equatorial, garantindo que os investimentos continuem impactando decisivamente a geração de empregos no país”, afirmou o Diretor-Executivo de Exploração e Produção do IBP, Júlio César Moreira, durante o painel “As externalidades positivas da indústria de petróleo – o upstream como exemplo”.

Presente ao mesmo painel, Decio Oddone, presidente da petroleira Enauta, concorda com a necessidade de novas bacias exploratórias para que a atividade de óleo e gás no país mantenha o ritmo atual.

“Quando começamos a exploração de petróleo no mar no Brasil nos anos 70, descobrimos a Bacia de Campos (água rasa), depois o Polo Nordeste, águas profundas e o Pré-Sal. Mas o Pré-Sal vem dando sinais de esgotamento. Por isso, precisamos abrir novas fronteiras, como a Margem Equatorial”, explicou.

Diante da perspectiva de declínio da produção nas bacias de Campos (RJ) e de Santos (SP), o presidente do IBP, Roberto Ardenghy, disse que espera a Petrobras conseguir em breve o licenciamento ambiental para explorar seu 1º poço na região.

“Temos que tirar a riqueza do subsolo. O petróleo no reservatório não vale nada para a União, estados e municípios. Só vai ter atividade econômica se houver a produção dessas reservas”, declarou.

A primeira área com possibilidade de atividades de exploração fica em alto-mar, a 500 km de distância da foz do Rio Amazonas, o equivalente à distância entre Rio de Janeiro e São Paulo. A exploração do primeiro poço será um trabalho temporário, com a duração prevista de apenas cinco meses. Após esse período, serão feitas avaliações para decidir sobre a viabilidade e continuidade das operações.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, fala sobre o tema neste vídeo. Clique e confira.