A indústria de óleo e gás é uma das mais relevantes globalmente e, no Brasil, representa 17% do PIB industrial. O país ocupa a 8ª posição entre os maiores produtores de petróleo do mundo, com uma produção média de 3,4 milhões de barris por dia, e é também o 8º maior consumidor, com um consumo de 2,57 milhões de barris diários.
Embora muitas pessoas associem o setor de óleo e gás exclusivamente à produção de combustíveis, sua importância vai muito além disso, permeando diversos aspectos do nosso cotidiano. O petróleo está presente em itens simples, como a vasilha plástica usada para armazenar alimentos, e em aplicações complexas, como próteses ortopédicas de última geração. Seus derivados são essenciais na fabricação de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis, tecidos, airbags automotivos, brinquedos, caixas d’água, tubos de PVC, e até mesmo na indústria alimentícia e farmacêutica.
Em 2023, o consumo final não energético de derivados de petróleo e gás natural no Brasil representou 12% do consumo total (EPE, 2024). Essa diversificação no uso dos derivados do petróleo sublinha a importância estratégica do setor para a economia brasileira, refletindo seu papel fundamental não apenas no abastecimento energético, mas também no suporte a outras atividades econômicas críticas.
Com mais de 1,6 milhão de pessoas empregadas, direta e indiretamente, o setor de O&G oferece uma das maiores médias salariais do mercado, superando amplamente a média da indústria em geral. Essa capacidade de gerar postos de trabalho, especialmente em posições que exigem alta qualificação, destaca a posição estratégica do setor na promoção do desenvolvimento social e na geração de renda para milhões de famílias em todo o país.
O setor de óleo e gás também desempenha uma função essencial na geração de receitas para o Estado brasileiro, contribuindo significativamente para o orçamento público. Em 2022, o setor alcançou um recorde histórico na arrecadação de royalties e participações especiais, totalizando R$ 110,8 bilhões.
Em 2023, o setor de petróleo e gás gerou R$ 91,6 bilhões em royalties e participações especiais. Especificamente, os royalties somaram R$ 53,6 bilhões, sendo distribuídos entre a União (R$ 16,3 bilhões), Estados (R$ 14,4 bilhões), Municípios (R$ 18,2 bilhões) e o Fundo Especial (R$ 4,5 bilhões). Nos últimos 10 anos, a arrecadação acumulada com royalties atingiu R$ 280 bilhões, sublinhando sua importância para os cofres públicos.
Em 2023, a indústria de óleo e gás natural no Brasil destinou R$ 3,9 bilhões para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). O número de projetos focados em eficiência energética e fontes de baixo carbono aumentou significativamente, passando de 25 em 2018 para 91 em 2023, enquanto os investimentos nessa área cresceram de R$ 46 milhões para R$ 782 milhões. Esses recursos foram alocados em diversas tecnologias, com 35% direcionados para biocombustíveis, 28% para energia eólica, 13% para hidrogênio, 9% para CCUS, 9% para sistemas híbridos, 6% para energia solar e 1% para energia dos oceanos (ANP, 2024).
A transição energética é uma transformação complexa e, ao mesmo tempo, vital que é projetada para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e mitigar as mudanças climáticas. O setor de Óleo e Gás (O&G) tem reconhecido a importância de reduzir suas emissões de GEEs. Para enfrentar esse desafio, as empresas estão investindo em fontes de energia renováveis e de baixo carbono, bem como em tecnologias avançadas para a redução de emissões. Esses investimentos, por um lado, impulsionam a descarbonização; por outro, permitem que o Brasil continue a se desenvolver, mantendo altas as proporções de fontes renováveis em sua matriz energética.