Setor de O&G vai muito além dos combustíveis

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ATUALIZADO EM dezembro 2022

A indústria de óleo e gás é uma das mais importantes do mundo e, no Brasil, corresponde a 15% do nosso PIB industrial. O país é o 9º maior produtor mundial de petróleo, com uma média de 2,9 milhões de barris/dia, e o 8º maior país consumidor de petróleo (2,3 milhões de barris/dia). O setor também é o terceiro maior exportador da balança comercial brasileira e gerou um superávit acumulado de US$ 63,5 bilhões nos últimos seis anos.

Mas ao contrário do que muita gente pensa, o setor não é só importante para a produção de combustíveis. Ele faz parte do nosso cotidiano. Encontramos petróleo em coisas simples, como a vasilha de plástico que guardamos alimentos, e nas mais complexas, como próteses ortopédicas de última geração. O petróleo e seus derivados também são usados na fabricação de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, móveis, tecidos, airbags automotivos, brinquedos, caixas d’água, tubos de PVC, gás de cozinha, indústria alimentícia, farmacêutica, agronegócio, entre outras atividades. No Brasil, a indústria também tem sido de vital importância para a pesquisa e a inovação, e no desenvolvimento social.

Na saúde

Segundo Flávio Rodrigues, vice-presidente de Relações Corporativas da Shell do Brasil, “estamos falando de conexões reais com a vida das pessoas a partir de uma cadeia complexa que afeta quase todos os setores da sociedade, tornando nosso dia a dia muito melhor”.

E a medicina é um bom exemplo. A nova geração de próteses com resinas duráveis e leves são derivadas do gás natural e do petróleo e capazes de imitar características humanas, como flexibilidade, aderência, força e atrito superficial. O stent, usado por pacientes cardíacos que sofrem de estreitamento da válvula aórtica do coração, é revestido por uma camada fina e flexível de um produto derivado do petróleo similar ao poliéster. Numa cirurgia de catarata – doença que atinge quase 30% da população brasileira acima de 60 anos, segundo o IBGE – o médico substitui a lente natural do olho por uma artificial, feita de acrílico, que é um subproduto do petróleo e imita a transparência natural e a flexibilidade de uma lente orgânica. Além disso, suprimentos médicos como linhas e bolsas intravenosas, luvas estéreis, máscaras de anestesia e cateteres são feitos com materiais produzidos a partir do petróleo.

Inovação

É a centenas de quilômetros distantes da costa, em águas ultra profundas do oceano que podem atingir até 7 quilômetros de profundidade, que o Brasil tira boa parte do óleo que precisa. Para realizar essa façanha, foi preciso que a Petrobras investisse pesado em novas tecnologias, tornando-se um símbolo da cultura de inovação. Hoje, a indústria de óleo e gás natural é a que mais investe em PD&I do Brasil. Somente em 2021 foram US$ 3,031 bilhões.

“O setor é um grande catalisador de inovação e de tecnologia – que se traduzem em efeitos multiplicadores para toda a sociedade. Com a Petrobras não é diferente. Nossa trajetória em direção a águas cada vez mais profundas, nas últimas décadas, transformou o Brasil em potência tecnológica no setor, com ganhos de competitividade, eficiência e produtividade, num ciclo virtuoso de benefícios tanto econômicos quanto sociais”, explica Rafael Chaves, diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras.

Motor da economia

Veronica Coelho, presidente da Equinor no Brasil, destaca que a indústria de petróleo e gás contribui para o desenvolvimento social. “Ela traz qualidade de vida para as pessoas, traz empregos diretos e indiretos, gera impostos e fomenta a economia”, pontua Verônica. Já Fernanda Delgado, diretora corporativa do IBP, ressalta que a “nossa indústria é a maior arrecadadora de impostos e no volume de investimentos realizados em pesquisa e desenvolvimento.”

Transição energética

A diretora do IBP aborda, ainda, o papel da indústria de óleo e gás na transição energética. No Brasil, as fontes de energia renováveis já correspondem a 48,4% da matriz energética, segundo a resenha energética brasileira 2020, do MME (Ministério de Minas e Energia). O setor de petróleo será de fundamental importância na jornada rumo à descarbonização da economia, provendo recursos para financiar energias limpas, como as usinas eólicas em alto mar e a produção de hidrogênio verde. Além de ampliar os investimentos em projetos de captura de carbono, conhecido com a sigla em inglês CCUS (Carbon Capture, Utilisation and Storage.