Existe diferença entre os combustíveis para veículos e aviões?

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ATUALIZADO EM outubro 2019

Octanagem, resistência do motor, pressão e até mesmo temperatura ambiente a qual o veículo é submetido influenciam no uso correto do combustível para o funcionamento de cada motor, seja para carro utilitário, caminhão, avião e até mesmo carros de corrida. Cada tipo tem uma especificidade e objetivos distintos e, consequentemente, indicações de combustíveis diferentes. Você sabe qual é o correto para cada um?

Combustíveis para transporte terrestre

Com uma vasta gama de combustíveis à disposição, o motorista pode optar em comprar um veículo movido a gasolina – comum ou aditivada -, etanol (álcool), diesel ou gás natural veicular (GNV).

A diferença entre a gasolina comum e a gasolina aditivada é que a segunda recebe aditivos – por isso o nome. Com uma quantidade maior de dispersantes, possuem uma função de limpeza dos resíduos deixados pela gasolina comum nas válvulas e em outras partes do motor. Esse diferencial é o que justifica o seu preço ser um pouco acima da gasolina comum. O motorista que opta pelo uso da gasolina comum precisa adicionar aditivos vez ou outra quando abastece para poder manter a integridade do motor do veículo.

O diesel, assim como a gasolina, é obtido a partir da destilação do petróleo e usado em grande parte por máquinas agrícolas e transporte rodoviário, mas também é usado em veículos utilitários de grande porte, que exigem força para vencer a inércia de seu peso. Desde 2008, todo diesel automotivo comercializado no Brasil deve ser misturado com biodiesel – produzido a partir de óleos vegetais ou gordura animal.

O etanol – ou álcool como é popularmente conhecido – não é um produto derivado do petróleo. É um combustível obtido a partir da fermentação e destilação da cana-de-açúcar .

O gás natural veicular, ou GNV, como é conhecido, é um combustível fóssil, assim como o petróleo, e pode ser encontrado em reservatórios só de gás ou, como em muitos casos no pré-sal, junto com reservas de petróleo. A queima no GNV é uma das mais limpas, praticamente sem emissão de monóxido de carbono, o que torna o seu uso uma opção ecologicamente mais correta. Outros fatores que contribuem para a melhoria do ar nos centros urbano é a baixa emissão de nitrogênio, dióxido de carbono e enxofre.

Combustíveis para transporte aéreo

Para a aviação, existem dois tipos de combustíveis: querosene e gasolina para aviação – que, diferente da gasolina para automóveis, possui chumbo tetraetila, o que aumenta o poder de explosão dentro do motor.
Para aviões e helicópteros com motores a turbina, como jato-puro, turboélices ou turbo-fans, utiliza-se o querosene. A estabilidade térmica do querosene é o que garante o desempenho da aeronave.

A gasolina de aviação é usada em aviões de pequeno porte, com motor de ignição por centelha. Esse combustível possui uma octanagem superior, visto que o motor a pistão da aeronave requer de uma potência elevada e trabalha com uma taxa de compressão muito maior do que um automóvel.

Combustível para carros de corrida

A escolha do combustível depende da prova, do motor do veículo, do regulamento da categoria, entre outros fatores. Porém, para carros de corrida, o combustível passa por um processo específico para se adequar a carros que possuem motor e desenvolvimento superiores. Nesses tipos de carro, os óleos lubrificantes atuam junto ao combustível. Por estar em contato com as paredes do motor, sua função é reduzir o atrito entre os componentes móveis e também absorver o calor.

Movendo os motores da Fórmula 1 existem gasolinas com octanagem alta, que pode chegar a 102 octanas (em uma gasolina para carros comuns, esse número fica em torno de 91). Outra diferença é a forma de destilação que é feita de acordo com a temperatura que o carro pode chegar. Todas essas características dos combustíveis para competições são monitoradas pela Federação Internacional de Automobilismo.