No mundo atual, nenhuma forma de energia tem a importância econômica do petróleo. Possuir reservas petrolíferas e investir em uma estrutura adequada de refino podem trazer vantagens competitivas em outros setores da economia, como transporte, geração de energia elétrica e comércio internacional, com a exportação de óleo, gás e seus derivados. Porém, nesse cenário, quantidade não significa, necessariamente, qualidade ou riqueza.
Petróleo não é algo que a natureza nos entrega conforme um padrão especificado pelo cliente. Suas características variam muito entre os reservatórios. Uma forma comum de classificar os diferentes tipos de petróleo é pela sua densidade: leve, média e pesada, e estão relacionadas à composição do óleo – que pode ser mais ou menos concentrado em cada um dos seus subprodutos. O tipo de petróleo vai depender do solo do qual foi extraído e da composição química. O petróleo mais leve tem maior concentração de derivados como gasolina, GLP (gás liquefeito de petróleo) e naftas. É o tipo mais valorizado no mercado por produzir a maior proporção de derivados de maior valor agregado. Já o óleo de densidade média produz mais óleo diesel o querosene. Os mais pesados, por sua vez, têm maior concentração de óleos combustíveis, lubrificantes e asfaltos.
No Brasil, o petróleo pesado é o tipo mais comumente encontrado nas reservas do pós-sal, já no pré-sal, temos um óleo mais leve, de maior valor de mercado. Para medir a densidade do óleo, o Instituto Americano de Petróleo criou a escala API. Quanto maior o grau de API, mais leve e de melhor qualidade é o petróleo. Para ser considerado um óleo leve, o API precisa ser acima de 31. Para o óleo ser considerado de densidade média, o API deve ser superior a 22 e inferior a 31, e o óleo pesado tem o grau API inferior a 22.
Há dois padrões de referência principais para negociar o petróleo internacionalmente: Brent e WTI. Eles indicam principalmente o tipo, a origem e o ponto de entrega do óleo. O Brent é uma especificação originária de um campo no Mar do Norte e é comercializado na Bolsa de Londres. É referência principalmente para os mercados europeus e asiáticos. Já o petróleo WTI (West Texas Intermediate – West Texas é a principal região petrolífera dos EUA) é uma especificação da região do Golfo do México e negociado na Bolsa de Valores de Nova York. É o petróleo de referência para o mercado americano.
O padrão WTI é de um óleo do tipo mais leve e, por isso, seu valor costuma ser mais alto em relação ao Brent. A densidade, porém, não é o único fator que influencia na cotação do petróleo, mas ela é importante para a cotação, pois também está relacionada ao processo de refino do petróleo. O refino do óleo pesado costuma ser mais caro que o do óleo leve, pois é necessário acrescentar etapas para extrair maior quantidade de derivados com maior valor de mercado.
Com a descoberta do pré-sal, o Brasil consegue produzir petróleo de maior qualidade e, assim, diminuir a dependência das importações desse tipo de óleo. Isso colocou as reservas brasileiras em um novo patamar, comparável a alguns dos maiores produtores mundiais.