As mudanças climáticas estão gerando transformações globais abrangentes, afetando a legislação, os hábitos de consumo, a economia e os processos de produção e consumo de energia.
A seguir, o Além da Superfície explica como as mudanças climáticas estão impactando o setor de energia, a relação com a transição energética, o impacto na estratégia das empresas e os padrões utilizados no mundo corporativo para medir e divulgar os riscos financeiros relacionados ao clima.
A energia é essencial para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico moderno, sustentando infraestruturas, indústrias e o bem-estar humano. A falta de acesso a serviços energéticos adequados pode criar desafios significativos e agravar problemas existentes, impactando diretamente a qualidade de vida.
O consumo de energia elétrica per capita é um indicador de desenvolvimento econômico; países com altos níveis de renda nacional per capita geralmente têm uma demanda de energia elétrica superior a 4.000 kWh por pessoa, conforme dados do Fórum Econômico Mundial de 2019.
Grande parte da energia global ainda provém de combustíveis fósseis, que geram emissões de GEE e contribuem para o aquecimento global e mudanças climáticas. Em contraste, o Brasil destaca-se por ter uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo, com 49,1% da energia consumida proveniente de fontes renováveis (EPE, 2024). Isso é significativamente maior do que a média global de 14,5% e a média dos países da OCDE de 16,5% (Energy Institute, 2024).
Este perfil energético coloca o Brasil em uma posição diferenciada em termos de emissões. O setor de energia não é o principal responsável pelas emissões de GEE no país. Segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), a principal fonte de emissões é a Mudança de Uso da Terra e Florestas, que representa 48,3% do total. Seguem-se a Agropecuária com 26,6%, o setor de Energia com 17,8%, Processos Industriais com 3,4% e Resíduos com 3,9%.
A transição energética, entendida como uma mudança estrutural e de longo prazo nos sistemas de energia, tem sido motivada por diferentes fatores ao longo da história. A transição atual é singular, pois é impulsionada pela urgente necessidade de mitigar os impactos das mudanças climáticas causadas pela ação humana.
Para enfrentar as mudanças climáticas, os países estão sendo desafiados a elaborar estratégias que equilibrem o crescimento econômico com a redução das emissões de GEE. A transição energética é fundamental nesse contexto.
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Criada em 2014, a OGCI (Oil and Gas Climate Initiative) reúne atualmente 12 empresas mundiais de óleo e gás, compostas por BP, Chevron, CNPC, Equinor, Exxon Mobil, Petrobras, Repsol, Saudi Aramco, Shell, Total, ENI e Occidental. A iniciativa nasce com o objetivo de acelerar a resposta da indústria às mudanças climáticas. Apoiadoras do Acordo de Paris, as companhias integrantes da OGCI anunciaram em julho de 2020 uma meta para redução da intensidade de carbono coletiva das operações de upstream (exploração e produção). O conjunto atualizado de ambições inclui reduzir a intensidade das emissões de metano para abaixo de 0,20% até 2025, reduzir a intensidade de carbono de suas operações de exploração para 17,0 kgCO2e por barril de óleo equivalente até 2025 e eliminar a queima rotineira de gás até 2030. Até 2025, isso poderá resultar em uma redução adicional de cerca de 50 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano.
Responsáveis por mais de 30% da produção operada globalmente de óleo e gás, os membros da OGCI já investiram cerca de $65 bilhões desde sua criação em soluções de baixo carbono. O OGCI, só em 2022 investiu cerca de $24,3 bilhões, um aumento de 66% em relação ao ano anterior. Saiba mais em https://www.ogci.com/.