O que a energia tem a ver com as mudanças climáticas

Transição Energética > Meio Ambiente
ATUALIZADO EM junho 2021

As mudanças climáticas estão provocando transformações em todo o mundo, com impactos nas leis, nos hábitos de consumo, na economia e na forma como produzimos e consumimos energia. A seguir, o Além da Superfície explica como as mudanças climáticas estão impactando o setor de energia, a relação com a transição energética, o impacto na estratégia das empresas e os padrões utilizados no mundo corporativo para medir e divulgar os riscos financeiros relacionados ao clima.

Neste link, confira o que você precisa saber sobre mudanças climáticas.

O que a energia tem a ver com as mudanças climáticas?
Uma parte da energia consumida no Brasil vem da queima de derivados de petróleo, seja na geração de energia elétrica em usinas termelétricas, no transporte ou na indústria. Por serem combustíveis fósseis, toda queima gera emissão de gases do efeito estufa (GEE). O Brasil tem uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo: 45,3% da energia que consumimos vem de fontes renováveis (BEN-2019/2018). No mundo, esse percentual é de 13,7%; e nos países integrantes da OCDE, 9,7%.

No Brasil, segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), a principal atividade responsável pelas emissões de GEE é Mudanças de Uso da Terra e Florestas (44%), seguido por Agropecuária (28%), Energia (19%), Processos Industriais (5%) e Resíduos (4%). Iniciativa do Observatório do Clima, o SEEG produz estimativas anuais das emissões de GEE no Brasil.

E qual a relação entre mudanças climáticas e transição energética?
As mudanças climáticas estão provocando em todo mundo uma grande transformação na forma como se produz e consome energia. Essa revolução é chamada de transição energética. É uma mudança estrutural do sistema de energia, que passará da estrutura atual, pautada em combustíveis de origem fóssil, para um sistema estruturado em energias renováveis. Significa que teremos, no médio prazo, que consumir energia com menor nível de emissão de CO2.

Saiba mais sobre transição energética neste link: https://alemdasuperficie.org/transicao-energetica/o-que-e-transicao-energetica/

O que é OGCI – Iniciativa Climática para Óleo e Gás?
Criada em  2014, a OGCI reúne atualmente  12 empresas mundiais de óleo e gás,  compostas por BP, Chevron, CNPC, Equinor, Exxon Mobil, Petrobras, Repsol, Saudi Aramco, Shell,Total, ENI e Occidental. A iniciativa nasce com o objetivo de acelerar a resposta da indústria às mudanças climáticas. Apoiadoras do Acordo de Paris, as companhias integrantes da OGCI anunciaram em julho de 2020 uma meta para redução da intensidade de carbono coletiva das operações de upstream (exploração e produção). A meta é atingir o desempenho de 20 kg a 21 kg de CO2 para cada barril de óleo equivalente comercializado até 2025, a partir de uma linha de base coletiva de 23 CO2e/boe em 2017. A redução esperada é de 36 a 52 milhões de toneladas de CO2 por ano, equivalentes às emissões por consumo de energia de 4 a 6 milhões de residências.

Responsáveis por mais de 30% da produção operada globalmente de gás e petróleo, os membros da OGCI investem coletivamente mais de US$7 bilhões cada ano em soluções de baixo carbono. O OGCI Climate Investments, com o fundo de mais de US$1 bilhão, investe em soluções para descarbonizar setores como gás e petróleo, indústria e transporte comercial. Saiba mais em https://www.ogci.com/.

O que é a  TCFD?
Criado em 2015 dentro do Financial Stability Board (FSB), o braço operacional de assuntos financeiros do G20, a TCFD (Task Force on Climate-Related Financial Disclosures) é uma força-tarefa formada por várias organizações com o objetivo de estabelecer um padrão para que empresas possam medir e divulgar os riscos financeiros relacionados ao clima. O G20 reúne presidentes de bancos centrais e ministros da economia dos países-membros.

A TCFD quer servir de ferramenta para informar investidores, credores e outros sobre os riscos incorridos pelas empresas na área climática. Um dos diferenciais da TCDF é o fato de ter sido criado no sistema financeiro, ao contrário de outros padrões para reportar questões relacionadas a Meio Ambiente, Social e Governança (ESG, na sigla em inglês) que vieram de iniciativas das Nações Unidas.

O padrão TCFD auxilia os credores na hora de atribuir um preço ao risco nas transações financeiras. No Brasil, instituições financeiras, empresas de energia e de diferentes setores, como mineração e beleza, está entre as signatárias oficiais da TCFD. Saiba mais em https://www.fsb-tcfd.org/